O setor imobiliário cresceu mais de R$ 21 bilhões na bolsa de valores brasileira em 2023. A soma do valor de mercado de incorporadoras e construtoras na B3 superou segmentos de grande representatividade, como mineração e frigoríficos. Os números são de pesquisa da Economática à Exame.
A aceleração supera o conjunto de desconfianças vivenciadas pelo mercado recentemente, após as turbulentas eleições presidenciais e também em âmbito macroeconômico nacional e global. Mesmo com a Selic ainda num patamar considerado alto, os negócios não deixaram de fluir – pelo contrário.
A venda de imóveis novos teve incremento de quase 10% no primeiro semestre de 2023. Ou seja, o viés positivo antecedeu os cortes de juros, iniciados em agosto, quando a Selic caiu de 13,75% para 13,25% ao ano. Atualmente, a taxa está em 12,75%, mas deve fechar o ano abaixo de 12%. Na visão das incorporadoras, essa queda deveria ser ainda mais rápida.
Por conta dessa trajetória, que também inclui certa estabilidade na economia, grandes players estão animados para o ano que vem – incluindo a MRV. Segundo avaliação do presidente da companhia, Rubens Menin, o setor imobiliário vai brilhar em 2024 se o mercado mantiver o ritmo atual.
A demanda por moradia só aumenta e, com a escassez de produtos, os negócios têm expectativa de aquecimento. A percepção de qualidade de vida ligada aos imóveis também está em alta. Entre os beneficiários do Minha Casa Minha Vida, por exemplo, 77% afirmam que a mudança para o novo imóvel mudou o dia a dia para melhor. O MCMV, aliás, está com atualizações na mira que pretendem favorecer contratações para a população de menor renda.
Diante de tantas notícias otimistas, trazemos também contrapontos para ficarmos de olho. A redução do fundo de crédito para financiamentos imobiliários vem sendo assunto recorrente na newsletter do Imobi Report, desafio que já mobilizou o setor e a própria Caixa Econômica junto ao Banco Central.
Outro ponto de atenção é a inflação prevista para o ano que vem, ainda sob controle, mas que teve reajuste para cima na mais recente avaliação de analistas de mercado. Consuma o otimismo, mas sempre com doses de moderação.
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